Chiara Civello, provavelmente você nunca tenha ouvido falar nesse nome, mas se você é daquelas pessoas que prestam atenção aos encartes dos discos ou tenha o DVD “N9ove” da Ana Carolina com várias participações (Maria Bethania, Zizi Possi...) você tenha ouvido ou visto essa italiana juntamente com a brasileira, cantando a música “Resta”. Chiara começou a carreira em 2005 com o disco “Last Quarter Moon” e em 2007 lançou “The Space Between” os dois discos com influências jazzísticas e blues. No seu mais recente disco “7752”, o título é uma alusão à distancia New York e Rio de Janeiro, ela desfila uma série de músicas que fizeram sucesso com Ana Carolina e talvez pelo fato de metade delas ter a co-assinatura, parecem versões dos sucessos do disco da mineira. No álbum tem “I Didn’t Want” (Mais Que A Mim) que no disco dela, a Ana toca guitarra acústica e não só nessa mas em todas as 11 faixas do cd, por aqui foi sucesso duo de Ana e Maria Gadú, isso sem contar as faixas “Dimmi Perche” (10 minutos), “8 Storie” (8 Estórias), todas elas muito tocadas nos show da Ana. Isso sem contar que a canção “Um Uomo Che No Sa Dire Addio” do gaúcho Antonio Villeroy (compositor da maioria dos sucessos de Ana Carolina) foi o primeiro single do álbum “7752” na Itália. Agora, apesar de a Carolina achar Chiara talentosa (também concordo), o álbum, por aqui, ficou um pouco datado devido as canções principais já serem conhecidas do público brasileiro, isso não tira muito o mérito para este lançamento. No disco Chiara canta em italiano, inglês e português na ótima faixa bônus “Simplesmente Aconteceu” dela e de Dudu Falcão. E penso que essa mistura de línguas parece mais uma forma de agradar “gregos e troianos”, talvez se ela definir uma língua para interpretar suas composições ela consiga mais sucesso. Numa avaliação geral é um bom disco de jazz, bossa nova e afins, ela é afinadíssima e toca piano muito bem. Mas nada de extraordinário, apenas elegante! O interessante é que por ser um disco de um selo independente (Armazém) e ter uma distribuição discreta da Sony Music, e também por ter sido o primeiro produto do selo de Ana Carolina, não causou grande impacto na imprensa brasileira. As emissoras segmentadas não deram a importância merecida nesse disco, talvez mais tarde, quem sabe. Por aqui um cantor estrangeiro só vira estrela se pintar com um hit numa novela, coisas do Brasil.
Bye e até a próxima!
Carlos Maciel, radialista, professor e apaixonado por música.
carlossmaciel@yahoo.com.br
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