ÓTICAS SOL - O olhos iluminam a vida!

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

POUCA VOGAL, UMA VIAGEM PELA MÚSICA POP-ACÚSTICA.

Quando um artista tem qualidade no que faz, não importa se ele faz um trabalho com banda, duo ou solo. Ele sempre vai procurar um caminho que seja o complemento daquilo que realiza. Humberto Gessinger fazia parte do Engenheiros do Hawaii e nenhum fã poderia acreditar que aquela banda tão completa, tão legal, iria acabar tão rapidamente (digo isso pensando em outras que continuam a correr estrada: Titãs, Capital Inicial, Raimundos ...), deixando os amantes da sua música, meio órfãos. Só que Humberto seguiu carreira, continuou a compor, fez shows com outros caras e assim foi... Mas agora, parece que finalmente conseguiu achar o parceiro certo. A junção dele com Duca Leindecker está perfeita e a prova disso é o CD e DVD ao vivo, gravado em Porto Alegre. Eles demonstram ter uma sincronia perfeita e o acompanhamento das músicas pela platéia, durante o show, prova isso. Bem, falando sobre o disco, ele é uma mistura de músicas inéditas com outras consagradas. A abertura do álbum se dá com “Depois da Chuva” – essa música tem uma pegada pop acústica muito boa, foi composta pelo duo e tem uma letra interessante (“amanhã, talvez esse vendaval faça algum sentido/ dá pra se dizer qualquer coisa sobre todo mundo”) para logo em seguida Humberto lembrar os tempos dos Engenheiros do Hawaii, cantando “Até o Fim” (dos Engenheiros, ele também gravou “Refrão de Bolero”, “Somos Quem Podemos Ser” e “Toda Forma de Poder”). As músicas cantadas pelo parceiro Duca Leindecker (ex-Cidadão Quem), lembra o timbre do Humberto Gessinger. Já as músicas cantadas pelo parceiro Duca Leindecker (ex-Cidadão Quem), que lembra o timbre do Humberto Gessinger, parece de alguem que está junto ha muito tempo. As canções “Música Inédita”, “Na Paz e na Pressão” são muito legais, mas outra que me chamou a atenção foi “Girassol” (“Nunca olhei pros lados, pra não perder a direção [...] deixe o sol bater na cara, esqueça tudo que lhe faz mal / deixe o sol bater no rosto, que aí o desgosto se vai”) que tem um arranjo bem pop e seguro. No CD/DVD tem 20 músicas e só pra resumir: Este disco do Pouca Vogal é um álbum que entende a importância da harmonia, e a sensibilidade parece flutuar nos dois artistas no desfile de cada canção e é um disco pop harmonicamente perfeito, se não chegaram lá, eu penso que eles estão no caminho, vamos agora esperar o próximo. O show de Porto Alegre contou com algumas participações especiais: Luciano Leindecker Quince e Baixo Acústico | POA POPS: Regência e Cravo Fernando Cordella | Violinos Márcio Cecconello (spalla), Fabiano Cordella, Vinícius Nogueira, Tiago Ribas, Fabrício Basso | Viola Gabriela Souza | Arranjos de Orquestra e Violoncello Tiago Kreutzer | Contrabaixo Diogo Lima | Oboé Solo Javier Balbinder.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O ROCK INSTRUMENTAL DA BANDA PATA DE ELEFANTE

A música instrumental da banda gaúcha Pata de Elefante é cheia de energia e me faz lembrar os bons tempos em que eu parava para ouvir Hendrix, Stanley Clark, Robert Johnson e outras feras. Hoje não tenho a mesma freqüência de audição, outros sons dividem o espaço. O que eu posso dizer desse pessoal que se dedica a fazer música instrumental no Brasil é que são heróis, afinal de contas estão sempre no underground, tocando para poucos, mais selecionadíssimo público. Mas vamos ao disco: o rock bem dosado da banda vem com influencias do blues, do soul e do folk e mostra uma banda experiente e bem resolvida na sua proposta de transpirar alegria. O lançamento do álbum “Na Cidade” pela Trama mostra uma linha sonora pujante, celebrada com riffs de guitarra dando a largada na maioria das faixas, sem, no entanto precisar explodir solitariamente cada instrumento, por ser um mix de influencias das quais eu citei no inicio, não há uma definição única para o som que eles fazem, mas alimentam muito bem aqueles que gostam de instrumentalismo, principalmente se for levar em conta a qualidade do cd que é muito boa. Não há uma única faixa em que você possa destacar exatamente como a melhor, pois eles conseguem passar sinceridade em todas elas e concordo com o título da faixa “Diga-me com quem andas e direi se vou junto” e nesse caso pode segui-los, é uma boa companhia.  A banda Pata de Elefante iniciou a carreira em 2002 e lançou o primeiro álbum homônimo em 2004, para em seguida lançar o premiadíssimo “Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha” (2008) de lá pra cá vem participando em diversos festivais, dentre eles o Abril Pro Rock (Recife) e Calango (Cuiabá). A formação da banda é: Daniel Mossmann (guitarra – baixo), Gabriel Guedes (guitarra- baixo) e Gustavo Telles (bateria), o álbum “na Cidade” pode ser baixado gratuitamente e legalmente no endereço http://tramavirtual.uol.com.br/.

domingo, 11 de abril de 2010

BILL CALLAHAN - LANÇA O TERCEIRO ÁLBUM SOLO

O americano Bill Callahan, é um daqueles caras talentosos que vale à pena você tecer alguns comentários. Antes conhecido por Smog, ele já havia adquirido o respeito de público e crítica por mais de uma década. Agora na sua carreira solo, Bill  demonstra sensibilidade e criatividade no universo folk, indie, experimental, ambient; algumas de suas canções faz lembrar Johnny Cash ou até mesmo Lee Harlezwood e os mais modernos Pulp, Cat Power entre outros. No ano passado fiquei tentado a comentar o cd "Sometimes I Wish We Were An Eagle" onde músicas como " Eid Ma Clack Shaw" "Rococo Zephyr" e "Too Many Birds" não saiam do meu Ipod, mas por falta de tempo, acabei esquecendo de escrever;  só que neste mês com o lançamento do terceiro disco " Rough Travel For A Rare Thing", não me contive e vou logo dizendo o cara é influenciado pelo som de  Bob Dylan, e daí que a qualidade musical fica indiscutível - Bill Callahan é o pioneiro do estilo lo-fi (low fidelity) o som é de acordes simples, baseada numa estrutura repetitiva. A sua música parece fazer parte daquelas obras tranquilas, meio viajandona, com ambiências bem próprias, algumas experimentações que incorporam um pouco de neo-psicodelismo na sua voz um tanto grave. Em certos gestos o seu estilo linear de fazer música soa de uma modernidade incrível. O álbum "Rough Travel..." segue a mesma linha musical do anterior "Sometimes...", algumas faixas de longa duração: "The Well- 9'04"; "Rock Botton Rise-7'10" e "Our Anniversary-7'12" que não causam nenhum desconforto para aqueles que gostam de faixas com menor duração.Destaques para a ótima "Bowery" e também "Diamond Dancer". Para não esquecer, o primeiro álbum foi  "Woke On a Whaleheart"(2007). Boa escuta para todos!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

BASIA BULAT, UM TALENTO DA INDIE CANADENSE

A folk music teve o seu auge nos anos 70 no século passado, quando Bob Dylan, Joan Baez, Simon & Garfunkel, lançaram grandes hits pelo mundo a fora, depois deles, alguns nomes se destacaram, mas nem tanto; mas isso não significa que esse estilo deixou de produzir grandes músicas e grandes artistas. E a prova disso é o lançamento para o dia 26 deste mês, pelo menos oficialmente do cd de Basia Bulat, “Heart of My Own” pela Secret City Records. Ela, além de ser uma cantora sensacional, também é multi-instrumentista (desde os três anos já queria tocar piano, sua mãe é professora do instrumento). Canadense de Toronto lançou em 2005 o EP auto intitulado Basia Bulat, que teve alguns hits executados em rádios do Canadá e USA; em 2007 conseguiu um contrato com a Rouge Trade Records e colocou no mercado o consagrado álbum “Oh, My Darling”, do qual foram retiradas as canções “Little Waltz” usada em um comercial da Wolksvagem Australiana e “Before I Knew” usada num comercial da marca de automóvel Subaru, além de “In The Night” considerada pela mídia dos dois países como uma das melhores músicas daquele ano. A partir daí a talentosa Basia, vem firmando o seu nome nesse panteão de singer-songwriter, O seu segundo disco, ela afirmou no seu site, que foi inspirado na sua última turneé. O disco é denso, com muita bateria ditando o ritmo das músicas, basta ouvir “Go On”, que abre o cd e você já sente todo o clima que percorre o álbum, em seguida o ritmo fica ameno com “Run” e “Sugar and Spice” para em seguida ganhar a energia de  “Gold Rush” – escolhida como primeira música de trabalho; destaque também “Walk You Down” e “Heart Of My Own”. Ouvir violinos, piano e autoharpa e um instrumento chamado ukelele, faz deste disco uma boa pedida para aqueles que gostam do som produzido pela música folk. Para não esquecer, a pronúncia da assinatura dela é ‘Buwat’. Dê uma passadinha pela home page de Basia, baixe gratuitamente “Gold Rush” e deixe os pássaros te guiar para os outros links. http://www.basiabulat.com/.
Carlos Maciel, radialista, professor e apaixonado por música.
carlossmaciel@yahoo.com.br

THE RADIO DEPT, O SOM QUE VEIO DA SUÉCIA


Lá nas terras frias da Suécia, um pequeno grupo de garotos em 1995, sonhava em serem estrelas pop e por isso, começaram a traçar os primeiros passos da longa caminhada. Em 2003, The Radio Dept. com o seu cd “Lesse Matters”, cheios de guitarras flutuantes e um incrível vocal meio sussurrado, já demonstrava que este caminho para o sucesso seria curto. Desse disco foram lançados alguns maxi-singles e EPs. A fama estava ainda restrita aos blogs e sites especializados – o mundo da internet proporciona essa diferença de mídia, que antes os artistas não tinham – e Johan Duncanson (líder da banda) e Elin Almered (velhos amigos de escola) souberam aproveitar muito bem esse espaço - apesar de não se saber se ele está ou não na banda nos dias atuais -; na formação de hoje consta o Martin Larsson e Daniel Tjäder. O trabalho do The Radio Dept. vem centrado no indie pop e no shoegaze (ritmo que surgiu na Inglaterra nos anos 80) tem influencias diversas, desde Frank Sinatra, Chet Baker até Joy Division e Pet Shop Boys entre outros. Em 2006, eles lançaram “Pet Grief” e agora quatro anos depois está com o álbum “Clinging to a Scheme”. A música “Domestic Scene” abre o álbum, como uma preparação light para a faixa seguinte “Heavens On Fire”, um som mais ensolarado, logo depois vem “David” (primeiro single de divulgação), um synth-pop que lembra a atmosfera sintética do álbum “Pet Grief”. Uma estranheza no cd é a faixa “Never Follow Suit” que não se define se é um reggae ou é um eletro, alguns denominaram como eletroreggaezer, o que fica mais estranho ainda, já que não existe esse estilo. Mas não se assustem com isso, é que nos últimos tempos tenho procurado ouvir algo realmente novo e penso que os “indies” têm algo mais a oferecer. Mesmo assim acho que The Radio Dept. representa muito bem a nova música pop sueca e com esse disco, ele se apresenta pronto para novas audiências. No site da banda http://theradiodept.com/ (em inglês) tem downloads, fotos dentre outras cositas.
Carlos Maciel, radialista, professor e apaixonado por música
carlossmaciel@yahoo.com.br

sábado, 3 de abril de 2010

BANDA GENTILEZA, POP-INDIE-ROCK-MPB DE CURITIBA


Olá pessoal, depois de alguns dias “fora” do mundo internético-pesquisador, (se não existe essa palavra, ela acaba de ser inventada) eu estou de volta  desta vez “passeando” por sons brasileiros e independentes ou indie - como querem alguns. Bem, lá pras bandas de Curitiba, uma moçada bem diferente, multicolorida, vem mandando uma mistura de milhões de coisas e que no final sai um som bem legal; o nome deles? Banda Gentileza. 

De cara, a apresentação dessa moçada no myspace diz que eles são seis artistas que costuram valsa, música caipira, bolero, leste europeu e samba com fio do rock. Para aqueles que gostam de navegar nessas praias alternativas, é uma boa sacada, principalmente, levando em conta o que povoa nossos cérebros e ouvidos no dia a dia nas emissoras de rádios, então quando pinta algo novo (e eu tenho a mania de buscar ser diferente (apesar de algumas vezes, parecer igual) é hora de se comemorar. Então você pode ficar pensando – Ué! é tão diferente assim? Pois é, na verdade não é tão diferente, apenas segue uma linha fora do que o mercado propõe - que são aquelas batidas iguais as outras complementadas com letras piegas, que não preciso nem citar os conteúdos e assim por diante. 

A Banda Gentileza, que em alguns momentos parece com Pedro Luís e A Parede, Lenine, etc., (não sem razão o produtor deles é o Plínio Profeta que já trabalhou com todos os citados e mais Lucas Santana, Tiê, O Rappa, dentre outros) conta com músicos competentíssimos (os seis tocam 16 instrumentos) e a poesia de Heitor Humberto (Voz, guitarra, violino e cavaquinho) que fica latente em todo o álbum, com impressionante qualidade - coisa um pouco rara na música atual. O resultado é que ao escutar o disco deles, fica difícil rotulá-los em qual estilo eles são mais presentes. Mesmo assim com toda a mistura, o rock continua a dominar a maior parte do bom disco de estréia, talvez, quem sabe, eles tapem o buraco deixado pelos Los Hermanos. 

A formação da banda: Artur Lipori :: trompete, guitarra, baixo, kazuo; Diego Perin :: baixo, concertina; Diogo Fernandes :: bateria ; Emílio Mercuri :: guitarra, violão, viola caipira, ukelele, backings; Heitor Humberto :: vozes, guitarra, violino, cavaquinho; Tetê Fontoura :: saxofone, teclado e para finalizar: o bom é que você pode baixar o disco gratuitamente no site http://www.rocknbeats.com.br/download-discos-independentes/bandagentileza/ e fazer a sua própria avaliação.


Fonte: Carlos Maciel, professor, radialista e apaixonado por música - carlossmaciel@yahoo.com.br

VOLVER - O ROCK QUE VEM DE RECIFE



Recife não é apenas a terra de belas praias, do frevo e nem só do manguebeat, por lá rola muito rock’n’roll e com um detalhe: de qualidade, a prova disso é o som cheio de energia da banda Volver. 

Com uma sonoridade anos setenta, eles surgiram em 2003 com a idéia de fazer o que desse na cabeça de cada um. O site espanhol Power Pop Action, escolheu o disco “Canções Perdidas Num Canto Qualquer” (2005) como o disco do ano e chegaram a colocar a música “Você Que Pediu”, entre as melhores do ano naquele país. A contemporaneidade do som da banda ficou mais latente no segundo e ótimo disco “Acima da Chuva”, lançado em 2008, mas eles continuam a divulgá-lo, pois para gravar um disco independente e com qualidade, demora... e é deste disco que vou tecer alguns comentários. O trabalho é um pouco parecido com Los Hermanos, tem umas letras bem feitas, um instrumental seguro e lembra também The Strokes, Travis... A linha rock e pop agrada muito, principalmente pela pegada da guitarra e bateria que juntas vão atravessando cada estrofe como uma avalanche, dando energia a cada faixa. O indie rock “Pra Deus Implorar”, uma das obras verdadeiras do rock nacional em todo o seu andamento, tem várias versões no www.youtube.com, e uma que achei muito boa foi à acústica que foi gravada numa esquina de rua. O disco tem “Tão Perto, Tão Certo”; “Dia Azul”; “A Sorte” e “Acima da Chuva” como destaques principais. Outra coisa que vale comentar: a capa do disco “Acima da Chuva” é umas das mais bonitas que vi nos últimos anos. 

A banda disponibilizou todo o álbum no site www.volver.com.br. e você ainda poderá ver alguns clips no http://www.myspace.com/volverbrasil. A formação de Volver é a seguinte: Bruno Souto (vocal e guitarra); Fernando Barreto (baixo); Zeca Viana (bateria) e Kleber Croccia (guitarras). Vale à pena dar uma sacada nesse novo rock nacional.

Última noite do Festival de Inverno Bahia (FIB) foi marcado por muita alegria, emoção e público infantil pela primeira vez no FIB

Jão, Ana Castela e Seu Jorge na última noite do FIB - Foto: Laecio Lacerda   @ Non Stop Music   O domingo (25/08) amanheceu diferente por se...