Foto: Laércio Lacerda |
Como escreveu o poeta Olavo Bilac: “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso. E eu vos direi no entanto, que para ouvi-las muitas vezes desperto”. Quem esteve nas três noites do Festival de Inverno Bahia em Vitória da Conquista nos dias 19, 20 e 21 de agosto, conseguiu ouvir e ver estrelas brilharem no palco da alegria. E tudo começou na sexta-feira com Simone Sampaio na sua melhor performance desde a sua primeira apresentação no Festival no ano de 2005, quando ainda tocava nas tendas eletrônicas. Fazendo releituras de hits da cena dance nacional e internacional e também cantando música autoral, ela transformou o parque de exposição (local da festa) numa gigante pista de dance music. Comandou o público com criatividade e muita interatividade até o final do seu espetáculo e ao sair, deixou a galera aquecida e o palco preparado para receber uma das grandes estrelas da MPB: Vanessa da Matta. Diferentemente da sua apresentação em 2006, quando o público (no horário em ela cantou) ainda não era tão numeroso quanto o de agora e inclusive na época, ficou parecendo que estava faltando alguma coisa, talvez mais vibração, sei lá. Mas isso passou e agora o tempo é outro. Então desta vez, com a casa cheia e com o talento que lhe é peculiar, Vanessa dançou, brincou e mostrou toda sua qualidade e estilo interpretando sucessos dos seus discos anteriores mesclado com músicas do seu último álbum “Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias” e a galera embalada foi ao delírio com a apresentação memorável da artista. E para fechar a noite de sexta-feira com chave de ouro, entrou no palco a banda mineira Jota Quest, que era a atração mais esperada pela moçada naquela noite! O show intitulado “Jota Quest -15 anos, na Moral” mostrou os grandes hits da banda ao longo da carreira pontuada por sucessos como: “Só Hoje”, “Além do Horizonte”, “Na Moral”, “De Volta ao Planeta” e “As Dores do Mundo” dentre outros. Os efeitos especiais no palco e a energia de Rogério Flausino (vocalista) em perfeita sintonia com o público que assim fechou a primeira grande noite do palco principal. Na Tenda Eletrônica, os Djs Tony, Px e Tom fizeram a galera dançar e pular, enquanto que no Barracão do Forró, três bandas aqueceram os casais na noite de frio ao som de muito pé-de-serra.
Foto: Laércio Lacerda |
A noite de sábado, como já havia acontecido em todas as seis edições anteriores, o público foi bem maior. Jau, a primeira atração da segunda noite, não deixou por menos, e misturando pop, batida baiana, poesia e descontração, por várias vezes convidou o público a cantar com ele e foi atendido, esquentou a galera e mostrou porque é umas das maiores atrações da música baiana no momento. Jau brindou a todos com um show marcante no festival. A segunda atração foi Ana Carolina. Alto estilo e com voz inconfundível, a artista fez um grande desfile de sucessos que marcaram e marcam a sua carreira. Como foi a sua estréia no festival, Ana Carolina cantou sucessos do primeiro e também do seu último disco, alguns por inteiro e outros em uma série de pot-pourris que o público adorou. Tocou pandeiro como se fosse uma autêntica ritmista de escola de samba e claro, o parque veio abaixo com sua habilidade no instrumento. Valeu esperar tantos anos por ela, mas esta noite espetacular ainda reservava outra grande atração: Nando Reis que acompanhado pela banda Os Infernais, mais uma vez teve a resposta do público para o rock’n’roll que rolou solto na madrugada de domingo. Homenageou Tim Maia com “Gostava Tanto de Você”, lembrou da sua fase Titânica, e também cantou algumas músicas românticas que embalaram muitos casais que estavam no parque de exposição. E assim o Nando Reis mais vez fez um show surpreendente.
Foto: Laércio Lacerda |
E finalmente ainda extasiados chegamos à última noite da 7ª edição do Festival de Inverno. As atrações dispensavam maiores apresentações: Cidade Negra, Frejat e a dupla sertaneja Victor e Léo. Só o fato do retorno de Toni Garrido a banda Cidade Negra no primeiro show na Bahia ser em Vitória da Conquista, já era uma atração à parte. Num papo rápido comigo, quando perguntado sobre o tempo fora da banda, o Toni disse que o afastamento foi necessário, pois a banda precisava de férias e até mesmo reciclar a carreira. E já no palco, o cadência do reggae e a batida pop marcaram todo o show da banda Cidade Negra, o público, claro, vibrou e dançou o show inteiro. A segunda atração, Frejat com a turneé “A Tal Felicidade” deu o toque baladeiro e roqueiro à noite de domingo. Usando a sua simpatia e elegância, ele demonstrou que estava super feliz com a platéia que o recebeu muito bem nesta sua segunda vinda ao Festival. Declarou que gostava de Caetano, Jorge Benjor e outros artistas da mesma linha melódica, talvez seja isso que o inspire a escrever músicas de altíssima qualidade como: “Amor Pra Recomeçar”, “Segredos”, “Dois Lados” e outras mais, e o legal foi que cada estrofe de música cantada por ele, o público já tinha na ponta da língua para acompanhá-lo. O Frejat aplaudiu e foi aplaudido por várias vezes. E finalmente chegou a vez da última atração do FIB 2011: a dupla Victor e Léo. Simpáticos, simples e carismáticos, num show em que se ouviu desde o sertanejo tradicional ao folk americano, a dupla e o público viraram um só, todas as músicas foram acompanhadas por um coro de milhares de vozes, que pareciam não querer entender que ali se encerrava, na minha opinião, a 7ª e melhor edição do Festival de Inverno Bahia até agora. E é por tudo isso que finalizo voltando a citar Bilac - E eu vos direis: “Amai para entendê-las. Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Valeu o FIB deste ano!
Vamos esperar com ansiedade, a próxima edição em 2012!
Valeu o FIB deste ano!
Vamos esperar com ansiedade, a próxima edição em 2012!
Carlos Maciel, radialista, professor e apaixonado por música.
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