O samba, a bossa nova,
o soul estão presentes em “Zerima”, esse
é o titulo do novo disco de Luiz Melodia.
Depois de 13 anos sem inéditas, finalmente ele
resolve colocar o brilho e o vigor do grande interprete e compositor que
é, nesse novo álbum. Aos 63 anos, Melodia não precisa disputar espaço com a
garotada da nova música brasileira e nem mesmo provar nada pra ninguém, por
isso ele se dá ao luxo de começar com “Cheia
de graça” lembrando um pouco do estilo black do álbum ‘Pérola Negra' de 1973 - disco de estréia- e sambar com “Vou com você”, “Do coração de um homem bom” e ainda ter
a participação da cantora Céu em “Dor de
carnaval”.
A música título tem um
pouco de Bahia, que é encontrada mais diretamente na composição de Julia Reis
(mulher de Melodia) em “Moça bonita”.
A fineza se faz presente nas faixas de “Caindo de bêbado”, “Amusicadonicholas” (uma instrumental feita
especialmente para o neto), “Sonho real”
e “Leros e leros e boleros” essa,
uma música que fala de amizade, sorrisos, amigos e Deus.
Luiz Melodia também deu
sua pitada no reggae com “Papai do céu”,
lembrou o baiano Dorival Caymmi, regravando a consagrada “Maracangalha” com a participação do seu filho Mahal Reis e para não
deixar a dor de cotovelo de lado, gravou “Cura”
e “Nova era”.
Para quem sempre foi
considerado do clube dos 'malditos'* da MPB, Melodia
mudou muito, agora é mais compreendido e não seria diferente, afinal de contas,
são passados 41 anos desde sua estréia em disco.
*Malditos, para quem não sabe, eram considerados aqueles artistas rotulados na mídia pelas transgressões “musicais”, pelo fato de serem considerados anticomerciais, difícies de serem entendidos, antipopulares, etc. Muitas figuras conhecidas como Jards Macalé, Sergio Sampaio, Tom Zé, Jorge Mautner dentre outros artistas, estavam nessa lista.
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