A música brasileira e latino americana perdeu no sábado, 29/04, um de seus maiores gênios: Belchior.
O cantor e compositor cearense, morreu no Rio Grande do Sul na pequena cidade de Santa Cruz do Sul. O governo do Ceará confirmou a morte e decretou luto oficial de três dias no estado.
Em nota, o governador Camilo Santana disse "Recebi com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior, o povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará e do Brasil"
Antonio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, ou simplesmente Belchior, nasceu em 26 de outubro de 1946, o primeiro sucesso veio com a música "Mucuripe", composição sua e de Fágner, gravada por Elis Regina em 1972. A cantora gaúcha veio a gravar também "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida", composições que o tornaram conhecidos na grande mídia nacional. Antes desse sucesso, o artista enveredou pelo universo do rádio e nele pôde sentir as vibrações musicais que o coloria mais tarde no topo dos grandes artistas nacionais. Na década de 70, estudou filosofia e medicina, mas o seu caminho estava na música. Em 1971, venceu o IV Festival Universitário com a canção "Na Hora do Almoço". O seu primeiro disco veio na ano seguinte "Belchior - A Palo Seco. A sua consagração aconteceu com o disco "Alucinação" (1976). Neste álbum constam as consagradas "Apenas Um Rapaz Latino Americano, "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida" ente outras. Pronto, o seu caminho estava aberto, a partir desse disco, grandes artistas nacionais passaram a interpretar suas enigmáticas canções.
Em 2007, o artista abandonou a carreira, ninguém conseguiu encontrá-lo. Morou em hotéis, abandonou bens pelo caminho e seguiu o seu sonho. Segundo as autoridades, a morte do cantor se deu por causas naturais, a análise preliminar apontou o rompimento da artéria aorta.
Belchior, foi um artista que marcou a música brasileira, por sua alta sensibilidade e intelectualidade, onde o sentimento, através de música e letra buscava razões concretas nas mais complexas situações de perplexidades com o interior de cada individuo. Um autêntico trovador do cotidiano, buscava registrar nas suas letras, os mais diversos sentimentos humanos. A sua veia poética e filosófica tentava explicar as suas mais variadas vivências, já que a maioria das suas composições eram sempre na primeira pessoa. O seu legado será para sempre, suas letras viscerais e cortantes, marcará outras gerações como outros grandes compositores da nossa música. Parafraseando o seu disco 1979, "Era uma vez um homem e seu tempo". Sabiamente Belchior compôs "Viver é melhor que sonhar / Eu sei que o amor/ É uma coisa boa / Mas também sei / Que qualquer canto / É menor do que a vida / De qualquer pessoa".
Na sua discografia de 24 discos, poderia se ter como básica:
Belchior - (1974) / Alucinação - (1976) / Coração Selvagem - (1977) / Todos os Sentidos - (1978) / Era Uma Vez Um Homem e Seu Tempo - (1979) / Objeto Direto - (1980) / Paraíso - (1982) / Melodrama - (1987) / Elogio da Loucura - (1988) / Divina Comédia Humana - (1991) / Um Concerto Bárbaro - (1995) / Vício Elegante - (1998).
Belchior - Todo Sujo de Baton
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