Por Antonio Maciel
Abril de 2021, e estamos ainda
aqui, lutando com a distância dos nossos, do trabalho, da escassez de muitas
coisas, bem humanas. Vamos tocando o barco, pensando e repensando na vida. Muitas
coisas devem ser pensadas e repensadas. Em tempos de pandemia, por certo, é
preciso repensar o conceito de educação. Tentaram, e ainda tentam desqualificar
esse modo online. Dizem que professores estão “de boa”. Alguns entenderam que
isso não é educação. Seria aquele fingindo que ensina, fingindo que aprende.
Mas, presencial ou não, é educação. Estamos em aprendizagem, claro! Como sempre
estivemos. Estamos, literalmente, aprendendo fazendo. Nesse processo tentam
desnivelar a educação em valor e em preço. Reafirmamos, pois já sabíamos, que educação não tem preço, tem valor. Muito
valor!
Nesse novo tempo, é preciso
ressignificar o sentido de educar pessoas. Educar uma civilização para a
geração futura é o grande desafio.
Desde o ano passado, muitas
crianças estariam vivendo no espaço escolar, aprendendo a conviver socialmente,
aprendendo limites que na sua casa, com seus pais e avós, não são muitas vezes,
observados. Aprendendo que existe um mundo diferente de sua casa. Aprendendo a
exercitar o ensinado pelos pais.
Despertar sentidos, ultrapassar
barreiras, viver aventuras coletivamente, por enquanto não será possível. Quem
tem condições, paga um horário com especialistas, como psicopedagogos ou mesmo
pedagogos, para atendimento do seu filho num período de uma hora, para aprender
cores, desenvolver coordenação motora, aprender formas, ter novas descobertas, tudo
num clima lúdico, mesmo sabendo que existe o prejuízo da vida coletiva. A
socialização é fundamental, nesse mundo, cada dia mais individualista. E quem
não tem essa possibilidade?
No futebol, cada posição do
jogador tem uma função. Quem seria o professor no campo? O professor seria o tradicional meia armador – um dos mais importantes da equipe, já
que é responsável pela criação de lances ofensivos das equipes! Os alunos,
aqueles que correrão em direção ao gol. Quem vai preparar a jogada para aquele
que corre em direção ao futuro?
É frase fácil na boca de
políticos, a preocupação com quem está na ponta. É hora de demonstrar. A
economia não vai andar, a saúde não vai melhorar, a postura cidadã não vai cair
do céu, se não forem valorizadas a educação e a cultura!! Hoje, nós
professores, gastamos mais energia em
casa, nos ocupamos mais tempo com as tarefas, nos reinventamos a cada dia, para
tornarmos as aulas atraentes, disputando – e que disputa desleal – com as
graças das tecnologias dos aplicativos de entretenimento da garotada. Quem sabe
quantos alunos marcam presença na aula, enquanto jogam no celular? Quem está na
ponta para contribuir na construção de um novo mundo?
As maiores bandeiras para estes e os próximos governos, se vislumbrarem um mundo melhor, devem ser educação e cultura. Precisamos reconhecer quem somos, e como criar possibilidades para melhorar as gerações futuras. Os profissionais da educação, mais que nunca, devem ser prioridade para o futuro de uma nação. Não é só o salário, mas é também o salário!
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