ÓTICAS SOL - O olhos iluminam a vida!

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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

U2 está de volta a velha forma com o fantástico "Songs of Experience".


@Carlossmaciel

A banda irlandesa U2 parece que resolveu retornar ao que sempre foi - a maior banda do mundo. Depois de álbuns enigmáticos como "No Line on the Horizon (2009)" e recentemente "Songs of Innocence (2014)", que foi considerado por muitos como um álbum insosso na carreira do grupo, apesar de ter aparecido gratuitamente na conta de 500 milhões de usuários e de ter sido baixado por 30 milhões de fãs e ouvido por mais de 100 milhões. Bono Vox, Larry Muller Jr, the Edge e Adam Clayton voltaram a fazer valer esses  mais de 40 anos de estrada - a banda foi formada em 1976. Com "Songs of Experience", o grupo faz lembrar alguns discos consagrados, como exemplo: "The Joshua Tree (1987)". Não há como discutir a qualidade do U2. Se em alguns momentos a banda parece arriscar em experiências sonoras, como se estivesse procurando se localizar, - isso é uma afirmação um pouco vaga -  em outros, mostra toda sua genialidade. 


Em "Songs of Experience" (2017), a banda escolheu para a capa, uma foto tirada por Anton Corbijn, fotógrafo, um velho parceiro da banda, nela estão: Eli, filho de Bono e Sian, filha do guitarrista The Edge. Retratada em preto e branco, é como se fizesse uma leitura do próprio álbum. Cheio de dedicatórias, com alta carga emocional, mas ao mesmo tempo com a sonoridade típica dos bons tempos da banda. 

Para chegar ao resultado final não foi uma tarefa fácil. Numa entrevista, cedida por email, a Rolling Stones americana, Bono falou que desde "Songs of Innocence" eles gravaram mais de 100 canções. Para explicar esse número tão alto, Bono disse: "Percebemos que algumas músicas são melhores do que outras, algumas letras apenas mais coerentes, algumas passagens sonoras são apenas mais convincentes", então "Nós nos achamos entediados com material que se sentia bom e único". E isso foi a mola propulsora para recriar e reescrever algumas canções que pareciam estar prontas. O resultado foi que este novo disco os recoloca no patamar de superbanda, se é que um dia eles saíram .

A primeira música do disco "Love is All We Have Left" (O amor é tudo que nos resta), já diz muito sobre ele, é uma balada carregada de sentimentos ("Nothing to stop this being the best day ever / Nothing to keep us from where we should be / I wanted the world but you knew better / And that all we have is immortality") que reflete todo o álbum. Na sequência tem "Light of Home" com direito a guitarra meio distorcida e um coro a la gospel. Já "Landlady's", Bono dedicou a sua esposa, Ali Hewson.
                                                              capa do CD - (Divulgação)

O álbum tem vários destaques, desde a fantástica "Get out of Your Own Way", a "Summer Love", "The Little Things That Give You Away" e "You're The Best Thing About Me", esta canção foi escolhida como primeira música de trabalho. Com este último lançamento, o U2 mostra o grande valor da experiência e de como ela pode fazer você criar, recriar e escolher sempre a melhor parte. Se a banda vai durar mais uma década ninguém sabe. Vamos aproveitar!

U2 - "You're The Best Thing About Me" 




https://www.spreaker.com/user/9620829/u2-songs-of-experience-o-novo-disco

U2 - Songs of Experience (2017)

01.Love Is All We Have Left
02.Lights of Home
03.You're The Best Thing About Me
04.Get out of Your Own Way
05.American Soul
06.Summer of love
07.Red Flag Day
08.The Showman (Little More Better)
09.The Little Things That Give You Away
10.Landlady
11.The Blackout
12.Love Is Bigger Than Anything in Its Way
13.13 (There is a Light)

Bonus Tracks

14.Ordinary Love (Extraordinary Mix)
15.Book Of Your Heart
16.Lights in Front of Me (String Arrangement)
17.You're The Best Thing About Me (U2 vs Kygo) 







quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Milton Nascimento é revisitado por Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum


Capa CD - (Divulgação)
@Carlossmaciel

Milton Nascimento é aquele artista que sempre merece ser homenageado. Sua rica obra é revisitada, e não deve ser tarefa fácil escolher dentre os grandes clássicos, aquele que será gravado. Por isso Zélia Duncan se juntou a Jaques Morelenbaum e resolveram enfrentar essa difícil missão. Esse projeto idealizado por André Midani, começou a ser discutido em 2015 e a seleção de repertório, segundo Jaques "foi uma loucura" e que a "Nossa vontade era tocar, cantar e gravar centenas de canções que povoaram nossos imaginários e corações durante a adolescência e uma substancial parte de nossas vidas", completou Morelenbaum. 

Jaques Morelenbaum & Zélia Ducan - (Divulgação)

O álbum composto de  14 músicas, se chama "Invento +", saiu pelo selo Biscoito Fino e traz composições clássicas de Milton, como "Ponta de Areia", "San Vicente", "Encontros e Despedidas", "Cais" e "Cravo e Canela", além de outras canções gravadas pelo artista mineiro, como "O Que Será", de Chico Buarque, "Beijo Partido" de Toninho Horta, e "Volver a los 17", de Mercedes Sosa, entre outras.

O cello de Jaques e a voz de Zélia fizeram um casamento simplista e ao mesmo tempo minimalista para trazer a música de Milton, sem fazer nada de extraordinário mas modernizá-la, se é que isso seja possível. Apenas deixando a emoção tomar seu plano e lugar nesta junção perfeita de voz e instrumento. Em uma das suas entrevistas para falar sobre o disco, Zélia explicou o motivo de rebuscar as composições do artista dessa forma e com essa parceria - "Cantar Milton sem instrumento de harmonia. A obra de Milton é tão intocável para nós que a conhecemos, os arranjos estão no seu coração. Essa foi a graça que descobri com o Jaques: é quase que um truque chamá-lo, porque você chama só um instrumento, mas é um cara que corresponde a uma orquestra".

O show e disco "Invento +" tem lançamento nacional dia 5 de dezembro no Rio de Janeiro e já é encontrado em todas as plataformas digitais.

Travessia - Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum


Encontros e Despedidas - Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum


Faixas

1- O Que Foi Devera - 3:46

2- O Que Será - 3:52

3- Ponta de Areia - 2:35

4- San Vicente - 3:11

5- Caxangá - 3:41

6- Cálix Bento - 2:06

7- Cravo e Canela - 2:20

8- Encontros e Despedidas - 3:30

9- Canção Amiga - 2:55

10-Mistérios - 3:19

11- Travessia - 3:22

12- Volver a los 17 - 5:13

13- Beijo Partido - 2:42

14- Cais - 2:4

℗ 2017 Biscoito Fino

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Amar e mudar as coisas - Belchior na voz de Daíra

                                               Capa do CD - (Divulgação)
@Carlossmaciel

Costuma-se dizer que das boas árvores, colhe-se bons frutos. Esse ditado pode ser aplicado na poesia de Belchior. Não sei até quando, mas nesse ano que estaria completando 70 anos de vida, a sua obra continua a ser revisitada por novos e antigos cantores. Depois que Belchior deixou de luto a música brasileira, sua música ressurgiu no novo trabalho de Amelinha ( De Primeira Grandeza - As Canções de Belchior), e também na voz da cantora Daíra, filha do compositor Carlos Sabóia.
Daíra Sabóia, é de Niterói, seu primeiro disco "Flor" (1914) foi lançado pelo selo independente Porangareté - por ele passaram Cássia Eller, a banda Chico Chico, Júlia Vargas e Cátia de França - , esteve na seleção do Prêmio da Música Brasileira de 2015 e foi apresentado em palcos da Dinamarca e Nova York. Ela também fez parte do grupo Mulheres Cantam Beatles. 

O disco "Amar e Mudar as Coisas", surgiu após a cantora ter apresentado um espetáculo em homenagem a obra do artista e foi gravado no estúdio Luperan (RJ) em julho de 2016 e lançado no mês de setembro deste ano. Contando com o aparato dos músicos Alex Merlino (bateria), Augusto Fere (guitarra), Ismael (acordeon), Miguel Dias (contrabaixo), Pedro Fonseca (teclados) e o violão marcante de Rodrigo Garcia (produtor e diretor musical), ela se apropria das músicas de Belchior, trazendo um frescor juvenil as canções que trafegam entre o amor e a crítica social e política, que o artista, como poucos, conseguiu transportar para suas composições. 


Foto (internet)

O disco é carregado de emoção e respeito pelo ótimo trabalho que o cantor cearense presenteou, durante a sua carreira de mais de 40 anos, a música popular brasileira. Daíra mescla a sua influência folk-blues-rock e tempera de forma particular alguns clássicos como as conhecidas "Alucinação", "Coração Selvagem" e "Apenas um Rapaz Latino-Americano" e outras menos executadas como "Princesa do Meu Lugar" e "Jornal Blues ou Canção Leve de Escárnio e Maldizer", que Belchior tão bem alimentou a MPB. Cantando Belchior, ela recebeu um rasgado elogio de Elba Ramalho que disse: "Daíra canta Belchior muitíssimo bem. Gosto muito de ouvir as interpretações de Daíra, canta a obra toda de Belchior".

Ainda encantada com este novo disco, a artista afirmou: “Eu mergulhei realmente de cabeça nessas letras e mensagens e são elas que quero passar ao cantá-las. Belchior era crítico, filosófico, poético, profético, mas romântico também. É tudo o que eu procuro em um compositor, para eu poder expressar minhas ideias. Eu estava preparando um segundo disco de músicas originais, mas fui arrebatada pela proposta de cantar Belchior para as pessoas… Quis compartilhar o que eu estava ouvindo e me encantando mesmo. E, principalmente, fazê-las ouvir não só versões novas de músicas antigas, mas também como essas ideias e frases se encaixam no nosso momento político, social e humano hoje”, conta Daíra. E que sua interpretação possa ser amada e mudar as coisas.
                                              Daíra - Alucinação (ao Vivo)
                                           Daíra - Princesa do Meu Lugar
Faixas:
1- Alucinação (5:37)
2- Coração Selvagem (4:05)
3- Como o Diabo Gosta (2:02)
4- Conheço Meu Lugar (3:10
5- Princesa do Meu Lugar (5:12)
6- Comentário a Respeito de John (4:43)
7- Divina Comédia Humana (5:33)
8- Jornal Blues ou Canção Leve de Escárnio e Maldizer (5:38)
9- Paralelas (3:54)
10- Apenas Um Rapaz Latino Americano (4:18)

domingo, 26 de novembro de 2017

Otto e seu novo trabalho: Ottomatopeia


@Carlossmaciel

Sem nenhum álbum de inéditas desde 2012, Otto marca sua volta com "Ottomatopeia". Sendo considerado um dos mais originais talentos da nova MPB, e como ex-integrante das bandas Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, seu début em carreira solo aconteceu com o álbum "Samba Pra Burro" (1998), e desde então, recheia a MPB com álbuns conceituais e marcantes - este é o seu 6º disco. 
Contando com participações especiais e tão diversas, como a de Andreas Kisser (Sepultura), Manoel Cordeiro, Felipe Cordeiro, Zé Renato (Boca Livre) Céu e Roberta Miranda, o cantor considera este álbum o mais completo da sua carreira - " Acredito que este seja o mais completo, se comparado com os anteriores. Desde a minha criação até a produção de Pupillo, a harmonia de poesia e música, tudo parece estar mais maduro. As interpretações de cada música estão muito viscerais e verdadeiras. Me passa a impressão de algo genuinamente pronto, o que me causa extrema alegria e satisfação."
As canções permeiam suas relações com diversos temas interessantes; humanidade, problemas sociais, o amor em seus vários contextos e a vida. Segundo Otto: - "Algumas composições são tão profundas que a compreensão, na verdade, é de quem escuta. Mas geralmente falo de coisas contemporâneas, e o amor continua sendo o tema principal. Por meio do amor vou abrangendo tudo, e falando sobre a vida”, explica.
São 11 faixas, divididas entre o romantismo, o rock e batidas africanas, elementos que sempre inspiraram o artista em seus trabalhos. A música "Meu Dengo", de Roberta Miranda, recebeu uma versão única e a participação da própria compositora e da cantora Céu. Outro destaque desse disco é "Carinhosa", numa parceria Otto e Zé Renato.
Carinhosa (Otto/Zé Renato)



Ottomatopeia - Álbum completo

Faixas:
1 - Bala 
2 - Soprei
3 - Atrás de Você
4 - Carinhosa (feat. Zé Renato)
5 - Caminho do Sol
6 - Pode Falar, Cowboy!
7 - Meu Dengo (feat. Roberta Miranda e Céu)
8 - É Certo o Amor Imaginar?
9 - Teorema (feat. Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro)
10 - Dúvida
11 - Orumilá (feat. Andreas Kisser)




terça-feira, 21 de novembro de 2017

Depois de quatro anos, Nana está de volta com CMG-NGM-PDE

Capa de CD (Divulgação)

Sem um trabalho novo desde 2013, quando lançou o cd "Pequenas Margaridas", super elogiado pela crítica especializada, a cantora e compositora baiana da cidade de Catu, Nana, está de volta ao disco com "CMG-NGM-PDE" (2017, Independente). Esse novo registro mostra os mesmos fragmentos poéticos do álbum anterior - quem acompanha a cena independente brasileira, já deve ter ouvido a música "Berli(m)possível" ("que bom que eu lhe conheci / imagina como vou perder você de novo"), e também seus registros para o álbum Re-Trato (Musicoteca) em homenagem ao Los Hermanos e "Jeito Felindie" com versões do Raça Negra. Ainda desconhecida para o grande público, e radicada em Berlim, na Alemanha, que mesmo assim estando no velho mundo, ainda conserva suas influências sonoras - samba, pop, bossa nova, rock -  pigmentado pela sua voz doce e sensível que consegue imprimir leveza em suas canções.  
O álbum CMG-NGM-PDE (Comigo Ninguém Pode, numa grafia internetês), é um diálogo com seus ouvintes, versando sobre sentimentos, emoções, cotidianos. Coisas simples e naturais que são construídas no dia-a-dia desse mundo sempre mutável. Um cenário onde personagens, histórias, sentimentos e sorrisos se cruzam com leveza a todo instante.
Uma obra montada a partir de sonhos, desilusões, confissões sentimentais, medos e sussurros poéticos que lentamente parecem escapar dos domínios da artista, dialogando de forma natural com o próprio ouvinte. "Copacabana" recheada de elementos do sambaé um bom exemplo disso (“Sei, está tarde, o sol já quer morrer / Você já sabe o que vai me dizer / A multidão que lota a condução / Tem mais espaço no seu coração / Que eu“).
                                                          (Copacabana)
Nos 39 minutos de duração da obra, Nana vai passeando, sem muita pressa, pelas nuances poéticas e inspiradas do disco. Contando com bons colaboradores, dentre eles, Felipe S.(Mombojó) que a acompanha em um leve dueto, no formato acústico, em "Caoutchouc" ("Ouço sim, desfazer, eu não vou segurar / Sinto a lágrima se formar e o meu ritmo se acelerar/ Eu tento e nada pode evitar a inundação") e a pernambucana Lulina na meio rock "Bomba" (...E é preciso armar a bomba / É preciso andar sob a água / É preciso olhar e mirar / É preciso amar e nadar"). E assim ela consegue ampliar o seu universo cada vez mais criativo.
(CMG-NGM-PDE)

 NºTÍTULODURAÇÃO
13:56
23:40
33:19
44:54
54:19
63:37
72:52
83:18
95:04
103:55
℗ 2017 Milk Digital

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O Evanescence e as novas experimentações de "Synthesis"

Capa do CD - (Divulgação)

@Carlossmaciel

Depois de apresentar o super hit "Bring Me To Life" (originalmente gravada em 2003), agora todo repaginado , o Evanescence lança o projeto "Synthesis". Após um intervalo para cuidar do bebê, este disco marca a retomada de carreira de Amy Lee e companhia, e também primeiro álbum lançado desde 2011. Essa volta tem um significado especial, pois nele há uma valorização dos arranjos e melodias que ficavam "escondidos" no estilo pesado da banda.

"Para mim, esse é um projeto de paixão total. Há tantas camadas em nossa música, por baixo da enorme bateria e guitarras. Sempre quis colocar os belos arranjos e elementos de programação de David Campbell em evidência e essa ideia se transformou em uma completa repaginação, com uma orquestra e não apenas cordas - programação elaborada e experimentação. Essa é a primeira vez que saímos que sairemos em turnê com uma orquestra e eu estou muito animada em performar dessa maneira, focada nos vocais e na emoção e na história que construímos ao longo dos anos. Também estou animada pelo novo material que está nesse álbum. alem de duas músicas novas, há muitos lindos momentos instrumentais. Como um todo, [o álbum] flui como uma trilha sonora grande e dinâmica", explicou Amy, em nota oficial.

Este terceiro álbum é uma síntese - parafraseando o título -  do passado, presente e futuro da banda. A voz mezzo-soprano de Amy Lee está mais dramática e consistente. E além de "Bring..." ainda tem "My Heart Is Broken", "Lithium", "My Immortal", músicas instrumentais ("Overture", "Unraveling" e "The In-Between") e as inéditas "Hi-Lo" e a bela "Imperfection". 


Evanescence - Imperfection


Track list

1.     "Overture"      
2.     "Never Go Back" (from Evanescence)      
3.     "Hi-Lo"      
4.     "My Heart Is Broken" (from Evanescence)      
5.     "Lacrymosa" 
6.     "The End of the Dream" 
7.     "Bring Me to Life" 
8.     "Unraveling"  
9.     "Imaginary"  
10.     "Secret Door" 
11.     "Lithium"      
12.     "Lost in Paradise" 
13.     "Your Star" 
14.     "My Immortal"  
15.     "The In-Between"

16.     "Imperfection" 

Evanescence - Bring me to life (YouTube)



Evanescence - Hi-Lo  (YouTube




quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Arthur Nogueira lança novo álbum: "Rei Ninguém"



@Carlossmaciel

Antes de tudo vamos entender o título do disco do cantor, compositor e jornalista paraense Arthur Nogueira: "Rei Ninguém" (Natura Musical / Joia Moderna). Segundo ele, esse título foi extraído de um poema da escritora alemã Rose Ausländer, "Niemand" (em português, significa "ninguém") : "Ninguém suspeita/ que eu seja um rei/ e no bolso traga/ minha terra apátrida". Bem que isso pode ser a forma que ele achou mais atual para dar título a este álbum e também dar nome a 8ª faixa do disco e que deve ter um significado bem especial na sua trajetória artística.

Sendo este o quarto disco da sua carreira, sua estréia aconteceu com o álbum "Mundano (2009)" e seis anos depois lançou "Sem Medo, Sem Esperança (2015)" e no ano seguinte "Presente (2016)". Arthur  foi apontado pelo Globo, como o artista contemporâneo responsável por "renovar a tradição dos poetas na canção brasileira". Como compositor foi gravado por grandes nomes da MPB, só pra citar um desses nomes: o disco "Estratosférica" de Gal Costa tem a música "Sem Medo Sem Esperança".

O álbum "Rei Ninguém" difere dos trabalhos anteriores que eram mais eletrônicos, e mergulha numa batida mais orgânica, mais lenta. Tem como primeira faixa uma música de Bob Dylan "You´re Gonna Make Me Lonesome When You Go"  que na versão dele e Erik Monteiro Novaes se transformou em "Vou Ficar Tão Só Se Você Se For". O seu parceiro mais constante é o poeta Antonio Cícero, irmão da cantora Marina Lima, que contribuiu com as músicas "A Hora Certa" e "Consegui", nesta última ele tem a participação especial de Fafá de Belém, em um belo dueto. Outra participação nesse disco foi do Zé Manoel em "Moonlight". Com Eucanaã Ferraz, foi composta "Papel, Tesoura e Cola" ("era uma tarde chinesa, tarde de mim sem você/ quando vi que nós dois juntos não valíamos a cena"). 

O universo poético de Arthur Nogueira passa também por outras faixas do disco, como "De Repente" ("e vi de repente como se fossem ruínas, o céu e o mar/ a história resiste, só na cabeça da gente não tem lugar / não peça que eu fique / tardes e tardes se vão assim como a noite vem") e a melancólica "Pra Nós" ("Não pense, diz o coração sobre o passado e o futuro/ é tudo uma questão de tempo")
O disco que conta com 10 faixas inéditas e bem distribuídas em apenas 37 minutos, tem como músicos o Allen Alencar (guitarra), Filipe Massumi (violoncelo), Richard Ribeiro (bateria e percussão), João Paulo Deogracias  (baixo e sintetizadores) e Zé Manoel (piano e teclado). A arte da capa do disco foi feita pela artista paraense Elisa Arruda.



Vou Ficar Tão Só Se Você Se For - (Arthur Nogueira / Erik Monteiro Novaes)


Faixas

1 - Vou Ficar Tão Só se Você Se For -3:48
2- Moonligh (feat. Zé Manoel)          - 4:38
3- De Repente                                     - 3:28
4- Papel Tesoura e Cola                     - 3:27
5- Era Só Você                                    - 3:45
6- Lume                                               - 4:00
7- Consegui (feat. Fafá de Belém)     - 3:38
8- Ninguém                                          - 3:24
9- A Hora Certa                                  - 3:51
10-Pra Nós                                           - 2:42


℗ 2017 Joia Moderna [dist. Tratore]


sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A sofisticação de César Lacerda em "Tudo, tudo, tudo, tudo"

Capa do CD (divulgação)
@Carlossmaciel

Como é doce e criativa a música  brasileira, principalmente quando novas vozes fazem com que você sempre acredite que tudo se renova sempre. Com a repetição de "Tudo, tudo, tudo, tudo (2017)", o cantor e compositor mineiro César Lacerda, dá nome a este que é o seu terceiro e ótimo trabalho solo, sem contar o colaborativo "Meu Nome é Qualquer Um (2016)" em parceria com o paulistano Rômulo Fróes e os lançados anteriormente, o EP "César Lacerda (2011)", "Porquê dá voz (2013)" e "Paralelos & Infinitos (2015)".

Exalando emoção e sensibilidade, César mergulha de cabeça em seu propósito de contar cada história do seu jeito. O disco abre com "Isso Também Vai Passar". Nessa faixa ele faz um paralelo entre o que está acontecendo e que com o tempo tudo passa: "as escolhas, as certezas, tudo muda num segundo". Que seja instabilidade emocional, ou o coisa de política, governo, "isso também vai passar". A faixa seguinte tem a participação luxuosa de Maria Gadú em "Quando Alguém", lembrando grandes encontros de alguns gigantes da MPB. Já o rock "Me Adora" de Pitty, foi transformado em bossa nova, cantada quase em sussurro, desfiando cada palavra da forma mais leve possível e com um detalhe: essa versão foi curtida pela própria cantora e compositora. As três faixas servem de aperitivo de um trabalho magistral deste álbum que conta com mais sete músicas, e destas, somente "Por Um Segundo" não é inédita.

O álbum é sofisticado e ao mesmo tempo popular - não sei definir em qual sentido -, é delicado e sem muito malabarismo, nele há um desfile de jazz, samba e pop-rock em instrumentais leves e originais. É a MPB "contada" e "cantada" de forma simples e direta. Tudo essencialmente natural, e assim fica difícil de não se deixar levar pela obra de César Lacerda! 


Isso também vai passar - Cesar Lacerda - Vídeo 2020


                                                          César Lacerda - Me Adora

Ouça o álbum na íntegra:
Álbum completo

As faixas:

TÍTULODURAÇÃO
13:16
22:28
33:51
43:32
54:11
63:20
74:07
82:56
93:03
102:29
℗ 2017 ybmusic


Última noite do Festival de Inverno Bahia (FIB) foi marcado por muita alegria, emoção e público infantil pela primeira vez no FIB

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